Blog em construção. Clique em >Sobre< que aparece na página inicial para saber mais.
Olha, as coisas são bem mais interessantes quando experimentadas -- é sobre isso. Um tom sedimentar, uma floresta e a eterna chuva e, o aguardo. ❑ ❑ ❑ ❑ ❑ ❑ ❑ ❑ ❑ ❑ ❑ ❑ ❑ ❑ ❑ ❑ ❑ ❑ ❑ ❑ ❑ ❑ ❑ ❑ ❑ ❑ ❑ ❑ ❑ ❑ ❑ ❑ ❑ ❑ ❑ ❑ ❑ ❑ ❑ ❑ ❑ ❑ ❑ ❑ ❑ ❑ ❑ ❑ ❑ ❑ ❑ ❑ ❑ ❑ ❑ ❑ ❑ ❑ ❑ ❑ ❑ ❑ ❑ ❑ ❑
Abraham "Bram" Stoker foi um homem de seu tempo, aos moldes da Inglaterra, embora fosse irlandês, vivendo inicialmente por lá. Lidando com teatro por grande parte de sua vida, já demonstrava aspirações à cultura desde cedo, como em seus 16 anos, quando escreve seu primeiro ensaio. Do seu casamento em 1878 surgiu uma parceria de vida, no amor e no trabalho, com Florence Balcombe, cuja história se cruzou anteriormente com Oscar Wilde, e que se tornaria ainda mais conhecida pela disputa que travou contra o clássico cinematográfico Nosferatu, de 1922. Nesse meio de artistas e afins que conviveu ao longo da vida, Stoker, conheceu e cruzou com várias figuras notórias como Pamela Colman Smith, Ellen Terry, Thomas Anstey Guthrie, Mark Twain, David Bisphame Henry Irving; sendo este último uma das suas duradouras amizades e também o responsável por dar o cargo o qual o autor ficou inicialmente conhecido. Deixou o mundo em 1912 e ao mundo deixou sua principal obra: Drácula, de 1897. Inúmeras adaptações foram feitas ao cinema, e conta-se também que a versão original chegou a ser modificada posteriormente por editores, resultando na versão que temos hoje, em comparação com a real versão de Drácula (não comprovado). E ainda que tenha cravado para sempre seu nome na história da literatura, foi também dono de uma vida reservada, tendo apenas um filho, falecido em 1961, tendo-se poucos registros ao seu respeito.
Graças ao romance gótico, se tornou com o tempo o mais conhecido e mais notório entre os Stoker's, dos seus descendentes aos seus dissidentes de sangue ou próximos; tarefa que não foi fácil graças a forte reputação de alguns de seus antecessores e conterrâneos, como: Abraham Coates Stoker, seu pai e notório funcionário civil de Dublin; e seu irmão, William Thornley Stoker, proeminente cirurgião que elevou o status da família. Dir-se-ia que os conhecimentos médicos deste último citado teria inspirado as transfusões de sangue apresentadas em Drácula, bem como a ideia concebida em torno do Dr. Van Helsing. Bram, como era conhecido, também foi um dos fundadores do "Dublin Sketching and Painting Club".
□nasceu em: 8 de novembro de 1847; Dublin, Leinster Irlanda
□ faleceu em: 20 de abril de 1912 (aos 64 anos); Londres, Inglaterra Reino Unido
❑ ❑ ❑ Ao lado de "The Vampyre" de John Polydori e do confuso "Varney the Vampire" de James Malcolm Rymer, ~Drácula~ é uma das obras sedimentares que definiram o arquétipo do vampiro ❑ ❑ ❑
❑ ❑ ❑ 1- Em 1969 surgia a cultuada banda inglesa Bram Stoker, que atualmente é formada por Tony Bronsdon, Josephine Marks, Neil Richardson e Warren Marks, tendo como formação inicial, além de Bronsdon: Peter Ballam, Rob Haines e John Bavin. A banda lançou seu primeiro álbum em 72, intitulado "Heavy Rock Spectacular", sendo o maior registro do clássico Bram Stoker sob uma imagem primordialmente psicodélica-progressiva com nuances de gothic e classic rock. Até o final do século o grupo não obteve uma atuação produtiva, acabando por se encerrar. A volta aconteceu em 2004 com o retorno de Bronsdon e Bavin, somados a mais dois membros. Desde então, a grande aposta do grupo com a formação citada nas primeiras linhas tem sido o aproveitamento do nome sob uma estética sombria, como pode ser visto na imagem acima❑ ❑ ❑
❑ ❑ ❑ 2- Houve uma quantidade significativa de outras bandas nomeadas em referência direta ao escritor. Nos anos 80, por exemplo, surgiu no texas uma das primeiras, contando com o baixista Todd Dyer como membro chave, mas que não chegou a lançar material algum. Já os espanhois de Navarre chegaram a ir mais longe nos anos 90, lançando uma demo intitulada "Fragments", e encerrando as atividades em 98. Mais longe ainda foram os franceses do Bram Stocker, que lançaram um álbum intitulado "Plus d'illusions" em 2019, cuja história por trás é confusa. Devido a pouca quantidade de informações não é possível afirmar se a banda é recente ou se é datada do final dos anos 70 sob o registro em ep "Il y a un ailleurs", isso é: não é possível averiguar no momento se ambas são a mesma banda. ❑ ❑ ❑
Não ocupavam imensos espaços nos versos, não eram oriundos, eram variados estrangeiros, alguns notadamente bárbaros, vários rostos desconhecidos naquela terra; era de se notar o retraimento na chegada da calada vespertina do clima característico, dado o local, e tudo continuava incerto. Há porém uma mudança, uma nova faceta que vinha conforme se desfazia o canhão de luz não muito presente no meio azul, que ressabiava não só a alma fidalga como sufocava as angústias por certo tempo, daquele povo que, ao dourado, distantes se viam vivendo com medo, sabe-se lá do que tanto. "Quem dera sermos salvos com o simples desejo" — exclamavam sucintamente uns aos outros. Mas salvos do quê? Se perguntava o assistente de advogado Jonathan Harker. Performance à forma? Pois bem, se for, sabem melhor do que ninguém como encarnar um drama quase silencioso, dirá aquela mulher que o chamava, muito emocionada, implorando para que o mesmo não fizesse sua viagem em direção ao conde, como almejado pelo mesmo. Segurava sua mão, Harker não a ignorava, tanto que no fim do ocorrido, com o fracasso da mesma, mesmo com insistência, aceitou seu presente: um crucifixo. À forma de quem o banquete detém todas as noites, gerando terror, fazendo subir a sensação de um coração rasgado no manuseio, funcionava aquela região. Todos viviam com medo. E não era atoa. "Verá por si a verdade futura, simplesmente, cada vez mais próxima" — pensaram provavelmente quando olharam para o viajante, pois é por lá, onde o mesmo vai, é que eclode o perigo. E quem espera ali se ver sentado no sossego, nem sonha pisar em terras marcadas de sangue por uma criatura sobre-humana. Você, com um longo dedo, apontado na íris, confiante, logo se verá com outro, ainda mais longo, o mesmo, descendo ao queixo, estando assustado, com sangue e choro, com olhos cansados vendo dentes em direção ao pescoço, percebendo que aquele humano não é o que aparenta. Nessas, se consagra o guerreiro que fugir, que ao não se ver de quatro rastejando ferido — ao contrário do que imaginava e fazia ideia, como viu nas mais ilustres passagens bíblicas, seu principal referencial —, viverá para sempre desacreditado no que viu.
Indo de encontro com os perigos, riscos as quais os viajantes se propunham na época e se alocavam uns aos outros nos piores casos à certa medida dado o possível; à procura de alguém e perdido a cada passo, no averiguamento do denso caminho craqueado de onde não se brotam gostos pelo passeio ao ponto de brotar uma ar inalado, suave e jogado de dentro; direto para o Castelo de Bran, lá longe em meio a região que perpassa a Romênia, Moldávia e Burcovina; enquanto os passos sugestivos são traços da escrita que cria escadas para o precipício vertical do caminho ao conde. Eis aí é lá, onde vai, pelo estranhamento e clamor dos demais para a volta, Jonathan Harker, advogado, a serviço do Sr.Hawkins. Viajando ao som dos uivos raivosos, pelos soturnos caminhos, nos desvios clamados com o tempo para a deixada em meio ao rumo, em meio à ruptura do conhecido, ao rombo, aos mais fatídicos dias de sua vida, nosso personagem encara os perigos em meios ao caos na floresta, que nenhum sequelado ousaria voltar e assim o faria; e assim, só ousaria somente diante das circunstâncias inexoráveis, isso é, do envolto da captura que trata de deixar cicatrizes irreversíveis de dentes pontiagudos — visíveis de longe. Cruzes cravadas, alguns de lá se levantam, voltam a dormir, crianças somem e os crucifixos aliviam os desgraçados que de frente aos demônios pós-neblina se colocam, mas, embora avistado e avisado por uma mulher que lhe deu um destes citado, assustada e nada entusiasmada com a ida do jovem rapaz, ele, Harker, corajoso e confiante com seu diário a anotar muito de seus passos na tarefa que lhe foi dada, não recua. Foi enganado... Coitado, muita dor está prestes a vir e, ao seu ajudante na descida à condução ao castelo só faltava a foice simbólica dado o que vem a seguir, mais e mais, mas não tão, abaixo.
"Seus cavalos são velozes porque a morte viaja depressa" — assim é recebido aos olhos alheios o homem confiável do Sr.Hawkins em relação ao cocheiro que o levará ao castelo. Há tremeliques em tudo isso, o guia é deveras estranho, o castelo quase não tem luz e o caminho é recheado de trevas. Que raio de pessoa, em meio à transilvânia, habitaria aquele lugar? Era tudo muito incômodo: os lobos no percurso que fizeram-no gritar, as altas árvores, os fortes barulhos e tudo mais. Mas já era tarde, Harker já estava na porta daquele imensa e intimidadora estrutura arquitetônica. Esperou por certo tempo, muito tempo, tempo este que, aos seus olhos, pareciam uma eternidade. Deveria ter ido embora... Foi atendido.
Desejo transilvaniano, frio, alma Suas mãos são cruéis, para assombrar, para assombrar As montanhas são frias, alma, alma Palidez menticulosa, para sempre à noite
Me leve, você não consegue ouvir o chamado? Me envolva eternamente em sua soneca à luz do dia Ser drapejado pela sombra de seu palácio mórbido
Oh, ódio vivo, o único calor é o sangue quente Tão puro, tão frio Desejo transilvaniano
Saúde aos verdadeiros, intensos vampiros Uma história feita pelo divino cumprimento Ser os únicos que respiram um vento da mágoa Tristeza e medo o mais querido katharsis
Belo ego infeliz, ser o conde mórbido Uma parte de um pacto que é incrivelmente imortal
Sinta o chamado congelar você com o desejo superior Desejo transilvaniano, minha montanha é fria Tão puro, mau, frio Desejo transilvaniano
No fim daquela nota de piano sonora, inexistente, sugestiva, fora das letras, no áudio que vem na mente, regado ao doom de novas versões, o anseio da solidão grita e, com uma calma sufocada, se via Mina Murray servindo à tranquilidade externa, aos montes, com passos no piso. São compassos de uma história obscura, de uma obra, ao segundo capítulo; e nela, duas belas damas, uma jurada e a outra indecisa no meio de várias propostas; uma por um lorde, outra por um médico de loucos, outra por um norte-americano chamado Quincey Morris. Sua melhor amiga, a citada esposa de Harker, é que nos dá as imagens dos eventos através do seu diário. Mina, é apaixonada por Jonathan, assim confirma ela ao afirmar que jamais trocaria, em nenhuma hipótese, o mesmo, pelo amigo de Arthur, vulgo John Seward, a quem Lucy rejeitou depois. Junto com o médico, Morris, com tom frio também se desfez da esperança ao ter sido rejeitado, ao contrário de Arthur, a quem ela tinha interesse.
Lucy Westenra — a referida personagem-chave na história, mas não na Romênia e sim na Inglaterra — é o alvo da vez, meio que de pulo na minha ótica, já que a sensatez implica uma minuciosidade que não faria sentido, dado o que normalmente se almeja aqui; prefiro dizer novamente, em contrapartida, que ela simplesmente começa a ser descrita por Mina Murray em seu diário para voltarmos à compreensão. De complemento, quebra/transição: Murray é a mulher de Harker; Lucy, a amiga cheia de pretendentes, rica, talvez sutilmente benevolente ao envolto, onde ela, bela como sempre, como [novamente] já citado mais acima, rejeitou-lhe a mão do norte-americano Quincey Morris e do Dr. John Seward, para assim, como em um complemento de status, aceitar Arthur Holmwood, cujo título de nobreza, adquirido por transferência pós-morte é Lord Godalming. Não se sabe, se libertina era ao certo, mas é preciso que como a Marilyn, era tão benzida de um aspecto sexy quanto, ou até mais forte. Jogada aos prantos como vítima do Conde (a primeira no país) e não sã durante a maior parte do romance, não tão paralisada e leve como a Branca de Neve, Lucy, era um misto de donzela com demônio, um enaltecer de beleza na doença, uma decadência em meio ao paraíso, um inferno em meio ao enfermo — tudo isso conforme o tempo. Seu sonho de noivado não durou muito, tinha 19 anos de idade, cada dia da leveza dos pés aos fios do cabelo; como ouro, como cobre — nos reflexos da luz, nos olhares dos demais, distantes ou em volta, mas agora, falta um pedaço seu, e o que sobra em meio à confusão são estilhaços de uma jovem para o nobre e apaixonado Arthur. E não demorou, não há muita história para ela, certo nível, anteriormente, estava entusiasmada contando sobre as propostas que teve no mesmo dia, bem como as respostas que deu e as reações que obteve dos pretendentes: um ar de arrasado pelo Dr. e a frieza do norte-americano que não gostou nenhum pouco da rejeição. Agora, apresentava sinais nada saudáveis, bem estranhos, e até certo ponto de insanidade, no andar de acontecimentos descritos. Ao repousar indiferente, passa-se ao finco das descrições do livro do diário de Mina ao de John Seward, onde ele descreve seu paciente que se alimenta de animais vivos: Reinfield.
❑ ❑ ❑ Lucy Westenra, bem como as mulheres atraentes que Harker se deparou ao explorar o castelo do conde, são personagens que herdaram a influência direta da novela "Carmilla", do irlandês Sheridan Le Fanu.❑ ❑ ❑
Tudo parecia estranho naquela mansão cheia de regalias, porém, zero funcionários, ainda não percebidos, pois, claro, não há o que perceber (risos)... E o tempo passa, e como passa, sais de uma perdição para um deserto interno do estranhamento com o sugar do líquido vitalício por aquelas estranhas e atraentes mulheres que Harker se deparou; e que mulheres, e que lábios! Assim não há chances para ele, mas eis que, paralisado e excitado, seu olho abismado que sentia já a presença se abre para se deparar com o Conde enfurecido por aquelas bestas aportunarem-lhe; foi por pouco, quase! Uma sacola com um ser, jogada de uma distância que os olhos vidrados do visitante desejado até o momento não consegue crer no mesmo, foi o que permitiu mais algum tempo de vida naquele inferno sem volta. Dentes brancos, peles pálidas/morenas, os lábios brilhando igual um rubi imagético — que sugerem a perdição em meio ao terror do ineditismo — não lhe perfurarão e perturbarão por enquanto. Drácula, como quem quer tudo e pouco disfarça, dando tempos às demais para autorizar os feitos sugestivos de suas presas aguçadas, dá o papo: "Agora não" — claro, não nessas palavras. Mas, permita-lhe amar para ver onde vai, alguém que, segundo aquelas, sedutoras e exóticas mulheres, nunca amou ninguém — seria capaz o conde de lhes darem tal prova? Infelizmente para Harker, em termos livres... Sim. E os olhos se fecham.
❑ ❑ ❑ O vampiro na figura de Drácula é um aristocrata, ele é um nobre. Sua força e seus poderes estão simbolicamente centrados no sangue e é frequentemente alvo dos que se privam (os sacerdotes) e da humanidade; nesse último caso, ao mordê-los, ele os drena, tira suas forças e os impede de poderem exercer atos com grande parte da vitalidade do seu sangue; ele domina os fracos, ele domina os meros humanos. Porém, ao olhar para alguns, que julga ser úteis para o seu feitio, ele morde com a real intenção de torná-los vampiros, isso é, ele coloca partes dele no outro para além do sangue que visa — ele é, portanto, um parasita e um presenteador, ele dá ao outro o sangue da nobreza. Diferente do lobisomem, ele não assusta ninguém primordialmente com sua aparência, do tipo algo que permaneça, por assim dizer; ele é sedutor/belo e, suas vestes, são das melhores, assim como sua moradia em castelos antigos. Hedonista, raramente conhece a palavra cautela e quase não sai à luz. Em um de seus vários quartos, carrega uma vasta biblioteca, demonstrando que é instigado pelo conhecimento. Stoker se inspirou em obras anteriores para definir uma figura tida como o "mau" por seus atos, tal como foi Vlad Tepes, conhecido por sua crueldade. Tal maneira de construção imagética, apresentada acima, vai influenciar diversos filmes na consolidação de um líder de vampiros, como pode ser visto em "Underworld", de 2003.❑ ❑ ❑
Desespero; outro dia, outro acordar de um desmaio, não pode deixar de ouvir, uma voz de dentro, como uma agulha que perfura a garganta aos espantos do ineditismo; já não sabe como foi parar ali, poderia estar em meio à ciprestes agradáveis em vez de florestas nébulas temendo a própria vida — ou foi tudo um sonho? Se pergunta o recém-formado advogado, ele poderia reclamar e gritar ao ter acordado com aquelas dúvidas, mas não exclamar para si que não foi avisado sobre os riscos, sobre as lendas e boatos que sobrevoavam o envolto daquele local. Tudo soa embaçado, trevosa é sua manhã seguida de sua noite quase em claro, se não fosse a perda de consciência que se seguiu daquela troca de risos, mais para frente, mas não é possível que aquilo tenha lhe ocorrido; isso é, passos pelas paredes, mulheres sedutoras e grotescas, um homem com aspecto intimidador que some do nada e fome não sente, que de forma estranha não se surpreende com os acontecimentos vorazes da região ao ponto de se adiantar em algo. Lembro-me (eu que escrevo) de recorrer ao 'antes' da história, quando o curioso Harker foi alertado para não dormir fora dos aposentos que havia-lhe ao dispor; porém, de curiosidade, de passo em passo, passando a unha em janelas e paredes, nada adiantou ao ponto de passar despercebido e, agora, tem em sua mente 100 possibilidades, mais que isso na verdade, mas sem organizá-las, somente o sentir e a ausência do degustar de cada uma delas para direcioná-las a algo que não ali lhe trouxesse. Sem certeza do que viu anteriormente, sem clareza do que se seguiu após o seu desmaio, sem muito senso da distinção real/imaginação, agora, só lhe faltava uma chuva de sangue, mas não, ainda está lá, ainda é útil ao Conde. Nessas, aparece o Drácula com novos assuntos, novas perguntas, mas... Ele não aparece. Está e não está lá, pela frente do olho: sim; no reflexo do espelho: não. Harker nota que não há mais ninguém além dele por lá, embora ele esteja vendo o Conde, surge algumas indagações sugestivas: "cadê o reflexo?". Olha para os lados e não há 'outrem' a qual, lá onde passam desse "vão" de quarto largo; lá onde passa o espírito próximo de outro soldado anterior, que no fim fez o favor de fechar ou mesmo o estilo de um olho só, a avistar dali aquele que assume o controle e drena, porém, o Halloween interno dos piores dias é o que vem antes; o terror psicológico, a "família" incestuosa das "irmãs" que gosta de enterrar segredos se elevando no pensamento juntamente com o sentimento de loucura. Um nervosismo interno se acelera, se intensifica, várias palavras e momentos percorrem sua mente no momento e, seu aspecto, calmo, de certa forma, é enganoso naquele pós-aposento nada satisfatório. Dali, desesperado por dentro, pensa que das cidades de areia, do frio ao tempo ameno aguardado na volta à sua amada, o peso denso que torna o distante agradável é a possibilidade de fuga, independente do quão alta pode ser a qualidade do teto antigo de onde se esconde em um contraste não claro com o que aqui resvala: a possibilidade das largas asas, de ter onde não morrer em comparação com certos lugares, de não se ver nem morto em vida pelo menos, mas óbvio, não nessas horas, não agora, Harker ainda não chegou ao ponto da data, ainda tem muito que viver, ainda não é 29 de junho — pensou.
Nosso advogado havia entendido que aquilo era uma prisão tempos antes, já havia escrito cartas as quais os rastros são vistos mais acima e, nessas, também era supervisionado de sobra. Impossível não ter ódio do mundo nesse momento, de prodígio à decadente, perderia tudo por uma escolha da qual foi alertado por uma mulher pouco antes da viagem, um momento cravado pelo crucifixo dado por ela; mas ele, preferiu continuar para ir aos negócios e bem, o resultado, nada adornado, colocava sua jovialidade em cheque em nome de um "converte-te com todo grão que levanta ao status de habitante ao fechamento de contratos para levar-lhe o conde o necessário para ir à Londres". Não era possível naquele momento, sentir-se estraçalhado por aquelas bestas, havia esperança de que seu futuro não seria arrancado junto com seu pescoço aos poucos — mas logo mais seria, e como seria? Não se sabe de exato, era tudo incerto, mas o próprio percebeu depois, não tão longe no romance, ao ouvir um diálogo das três irmãs com o Conde que veria isso o mais breve, mais perto do que imaginava.
Como farelos de gesso alinhados, uma cor incolor pálida, de tão quão, indescritível no acaso; um pleonasmo em forma de narrativa. Verdadeira fina pele branca, no sentir de uma leveza adoecida e no sucintar de esperança, assim, apaga-se a cada gota que se esvai, só possuindo a clareza indesejada como consequência. São matizes recorrentes, madeixas que antes faziam destaque, de longe no descer de escadas enormes e quase nobres, agora, afundam o rosto febril da moça prestes a partir de forma constante. Sua respiração suave, soa como uma doce névoa narina, na sua palidez de uma maldição sucinta, indica, por vezes, um gesto de vitalidade em meio ao vítreo; tendo, uma mistura da vulgar bruxaria e dos acasos e ameaços irreversíveis; e quando e quanto, mais sangue é doado com o andar do tempo, por assim dizer, é falho, assim como o colar de alho de Van Helsing, famoso especialista em casos esotéricos, chamado agora pelo Dr. John Seward e que agora, observa a jovem com certo espanto — o que ele estaria pensando? Pegaria ou mandaria alguém pegar mais algum pano? Não, no fim e no início do que está por vir ele diz: "Ela precisa de sangue". Há algo estranho ali, existem mordidas no pescoço daquela jovem e, apesar de sua beleza, ela não aparenta estar nada bem...
─━━█Rastros do Conde do Navio
"O capitão está morto!" — grita um marujo. Não só. Há mais uma dúvida, afinal, estaria ali já a alguns dias — "mas como?". Como haveria, daquele navio andar, cheio de caixotes, com destino certo, da forma correta, empenhando-se nas tempestades, se o comandante da viagem já partiu dessa algum tempo? Seria entoado algum tipo de pensamento que justificasse essa ausência, isso é, chamariam de Deus essa suposta sorte? Ou haveria de alguém brotar para explicar-lhes o ocorrido? Não, o [ainda mais] desconhecido é o provável, nada de deus e louvável, só o avesso disso, o obscuro e demoníaco fantasma típico de histórias oceânicas. Uma besta naquele navio, se prepara para ir de encontro, como um monstro, ao acaso definido de sua seita futura premeditada de pouco em pouco, mas por enquanto, no dissolver de 3 minutos de pensamento seria apenas um louco momentâneo. Quem dera que fosse...
████████████████
█▒▒▒▒▒▒▒█
████████████████
███████████████████████████████
██
██
██
██
█▀ ▀█
███████████████████████████████
Iced Earth - Drácula
Você acredita em amor? Você acredita em destino? Amor de verdade vem Só uma vez em milhares de vidas
Eu também amei Eles a tiraram de mim Eu rezei pela alma dela Eu rezei pela paz dela
Quando eu fecho os meus olhos Eu vejo o rosto dela, e isso me conforta Quando eu fecho os meus olhos Memórias me cortam como uma faca
O sangue é a vida, e Cristo eu desafio Meu inimigo jurado, nascimento de uma nova crença
Essa é a minha recompensa por servir à guerra de Deus? Eu derramei sangue por minha grande fé Para amaldiçoa-la, com uma desgraça, você cuspiu na minha cara Eu servi a sua realeza, e você vomita as blasfêmias
Eu me vingo com a escuridão, o sangue é a vida A ordem do dragão, eu me alimento com a vida dos humanos
Há muitas coisas piores do que a morte esperando os homens Venha experimentar o que eu vi Estou espalhando minha doença Eu alimentarei sua preciosa criança A raça humana irá sangrar
Eu me vingo com a escuridão, o sangue é a vida A ordem do dragão, eu me alimento com a vida humana
Eu sou o dragão do sangue, um príncipe da dor impecável Renunciando Deus em seu trono Meu sangue está manchado para sempre
Por amor verdadeiro, eu deverei me vingar Eu desafio a religião que a condenou
Nas trevas da noite Eu invoco o canto dos mortos Na penumbra das cinzas Da cidade sombria Eu bebo o sangue dos vivos Dos medos confusos Das vidas perdidas Eu sou a morte escondida
Nosferatos
Milhares de seres Sementes perdidas Dos corpos vagantes E o cheiro da morte Nas ruas e vales Escondido as escuras Está um penhasco De abandono e horror
Nosferatos
(luxúria de lilith -nosferatos)
██
██
██
██
█▀ ▀█
◁━━━━◈✙◈━━━━▷◁━━━━◈✙◈━━━━▷
■■■■■■■■■■■■■■■■□□□□□□□□□□□□□
━━━━━━━━━━━━━━━━━━━━━━━━━━━━━━
███████████████████
◥▀▀▀▀▀▀▀▀▀▀▀▀▀▀▀▀▀▀▀▀◤
╲╳╱╲╳╱╲╳╱╲╳╱╲╳╱
╲╳╱╲╳╱╲╳╱╲╳╱╲╳╱
╲╳╱╲╳╱╲╳╱╲╳╱╲╳╱
╲╳╱╲╳╱╲╳╱╲╳╱╲╳╱
██████████████████████████████
███████████████████
███████████████████
████████████████████████████████
─━━█Os traumas
Não para no palácio, nem pense nisso, indo quase sempre em fluido, obstinado, em 'closes' de trevas, simplesmente não há passeio. Harker, olhando dali, não tinha dúvidas a respeito daqueles aspectos, sabia que era o mesmo, mas não o que viria a seguir, então teve de ser acalmado por Murray , tendo que segurar a volta daqueles sentimentos, aquela angústia — o perigo logo ali, tão próximo. Sabendo de tudo e declarando-se/expelindo o que viu naquele castelo, ficou mais tranquilo, embora o passado lhe atormentasse. Eram dias nada agradáveis, mas por sua sorte, ao contrário do diagnóstico da clínica a qual parou depois da fuga, aqui, foi entendido por Van Helsing, sabendo assim que não estava louco. Não do nada, veio cinzas do alto, impregnadas interiormente e no afastar-se do medo, vinham detalhes de um passado não esquecido, prestes a fazer emanar uma vontade até então desconhecida no mesmo, não tão, mas... Mais forte do que nunca, sendo então assim, inédita em comparação.
E um dia inesperado, surpreendentemente alegre, é como se ele enxergasse, como se pela primeira vez, dormisse de fato e acordasse para uma manhã de ótimas promessas. Contornando cada canto em direção ao início, lembrando de cada bloco de papel do seu diário, como se eles valessem rubis, para no fim, satisfazer seu desejo de livrar o mundo daquela besta. Passada cada tinta das anotações, se lembra de vidas passadas drenadas. Nunca foram em vão, nem serão, nem se sabe de fato se já deixaram a terra. Se não, provavelmente irão em breve. Expurgar o cansaço de anos destas amaldiçoadas alma, essa é a ideia tomada pelo mesmo.
─━━█Quincey Morris
Aquelas criaturas estranhas, não lhe eram estranhas ao todo, ele não as conhecia de fato. Mas quando via algo parecido, sabendo dos esforços que estas faziam, lá estava, na precaução, com os olhos vidrados. E elas apareciam, e como apareciam, davam sinais da vinda, do nada vinham atrás de sangue, para irem embora. Desapareciam do nada, como em uma neblina. E nem tudo é o que parece, como nunca se sabe o que queriam, era melhor se atentar aos morcegos e bichos semelhantes tidos como indefesos, pois até mesmos os pequenos parasitas faziam grandes estragos naqueles tempos. Como complementado por Van Helsing: os vampiros podem se manifestar de variadas formas, uma destas Morris já tinha avistado, mesmo sem saber do que se tratava exatamente. Só não sabia, no que tange o Drácula, que a situação era bem mais ácida...
❑ ❑ ❑ O morcego representa primordialmente o obscuro, ao mesmo tempo que ele é o arquétipo da mudança; ele é, portanto, temido e alude à morte de uma criatura, da mesma, só que em morte constante; poderei aqui dizer, em termos mais "aromáticos" que, o mamífero quiróptero é um sair de si mesmo e renascer: é uma morte que supre a si mesma. Tais imagens feitas está ligada ao morcego em sua maioria no que tange espécie, ao de se adaptar lá, longe da luz, dormir à sua forma com as patas fincadas e a cabeça para baixo, para então, voar novamente, "virar-se" novamente. No que tange terror, chegamos aos hematófagos, que são espécies minoritárias que usufruem na alimentação de sangue; são estes, em parte, os responsáveis, pela imagem do mamífero voador ser lembrada no Halloween e ser associada à bruxaria ou mesmo da figura bestial mitológica CAMAZOTHZ ("Kame-Sotz"), uma espécie de Deus Morcego maia cultuado pela tribo Zapotec, cerca de 100 anos de Cristo, onde [hoje] se localiza o México — representativamente no antropomorfismo homem-morcego. Tais atributos permitiram a associação perfeita em muitos contos de vampiro, tal como aparece em Drácula.❑ ❑ ❑
─━━█ O Moribundo, a Sr.Harker e a caça ao caçador
[A inserir]
❑ ❑ ❑ O antagonista do romance — que inspirou séries ilustradas ao redor do mundo — foi apropriado também em séries de quadrinhos. Uma delas (The Tomb of Dracula) inspirou a logotipo da banda Morbid e o vocalista Pelle Ohlin; posteriormente conhecido por ter feito parte do Mayhem e por ter sido um dos percursores do corpse-paint❑ ❑ ❑