█████ ◌ ◌ ◌ ◌ Maquiavel e o rock [EC]
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Maquiavel e o rock
Nicolau Maquiavel foi um póstumo laureado filósofo político italiano (florentino) que atuou como chanceler, conselheiro, poeta, diplomata, dramaturgo e historiador; nesse último como realizador de forma desprovida a respeito de teor crítico. Lembrado como aquele que descreveu a política de seu tempo sob a ótica do governador em escritos que mais tarde formariam “O Príncipe”, sua principal obra a qual nunca chegou a ler — Maquiavel — foi um Republicano desconfiado, crítico da monarquia e cinicamente suporte para homens do estado —, aprimorou/ando conceitos sobre a arte de governar com base nas suas experiências como diplomata; elaborando assim, conselhos diretos, cuja pretensão era em suma a realização do exercício de trabalho e “algo mais” como o diagnóstico da política real nua e crua. Sua obra como totalidade abrangeu diversas perspectivas e interpretações; muitos o concebe como um escrúpulo que fundamentou a liberdade sob um viés nacionalista e centralizado (grosso modo) no estado, com ressalvas em outros escritos que não invalidam seus princípios mais conhecidos; já outros o têm como um brilhante e irônico crítico do governo que mesmo despojado a rigor de fazer oposição, acabou por escrever tais textos para alertar e evidenciar os mecanismos do estado, enquanto ele Maquiavel, o próprio, se sustentava.
Nos tempos de hoje, seu pensamento é visto com repúdio e com certa ignorância, ao mesmo tempo que é resgatado para legitimar ditaduras no campo teórico de adeptos republicanos. Maquiavel é trazido juntamente com outros filósofos como Hegel como cerne, como vemos cada vez mais para conceber aberturas, ou, servir de eixo à práticas especificas — o que significa que o abandono de perspectivas anti-estatais em correntes politicas fazem com que muitos encontrem um repouso teórico em suas supostas análises providas de enriquecimento e adentramento histórico em contrapartida ao ideal ou a vontade de liberdade (tal como é concebido o termo em múltiplos sentidos no sentido de oposição), isso é, aquilo que se impõe pela necessidade suposta contra o desejo pela alegada liberdade de cunho anárquica e afins, reduzindo esta última.
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"Um principe, portanto, deve ter muito cuidado em não deixar escapar de sua boca nada que não seja repleto das cinco qualidades citadas, para parecer, ao vê-lo e ouvi-lo, todo piedade, todo léo, todo integridade, todo humanidade, todo religião. E nada existe mais necessário de ser aparentado do que esta última qualidade. É que os homens em geral julgam mais pelos olhos do que pelas mãos, porque a todos cabe ver, mas poucos são capazes de sentir. Todos veem o que tu aparentas, poucos sentem aquilo que tu és; e esses poucos não se atrevem a contrariar a opinião dos muitos que, aliás, estão protegidos pela majestade do Estado."
(Trecho de “O Príncipe"; Capítulo XVIII)
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Avenged Sevenfold - The Stage (Letra)
Então eu cheguei, nu e frio
Uma mudança bem-vinda para o desuso da catacumba de uma cidade fantasma
Não preciso de conselho, agradeço o seu tempo, mas não estou sozinho
(Por que você não liga para o meu advogado?)
Havia dias em que esses olhos de criança
Iriam ignorar a feiura e fantasiar
Eu encontrei meu coração pela primeira vez e eu despertei em mim
Eu me deixei tomar a liderança para seguir e, ah, eu senti o controle
(Parece que estas ovelhas têm um apetite e tanto)
Quem é o público que espia pela gaiola
Enquanto atuamos aqui em cima do palco?
Quando o menino se tornou um homem
Entrou em uma sofisticação calma que eu mal posso entender
Tão perdido em ego, não percebeu quando o tempo escapou
(Sim, todo mundo tem uma história triste)
Jesus Cristo nasceu para morrer
Deixe que o homem erga um dos seus para idolatrar
Nós somos simplesmente sociopatas sem nenhuma comunicação, meu bem
Eu vejo a sua perspectiva, mas nossos pontos de vista são diferentes
(Então me diga, qual é a cruz que você carrega?)
Quem é o público que espia pela gaiola
Enquanto atuamos aqui em cima do palco?
Me conte uma mentira de um jeito bonito
Eu acredito em respostas, mas não hoje
Espero que minhas rodas não me abandonem agora
Vendo que eu estou aqui sozinho
Eu estou correndo da luta
E o vento fala com uma voz reconfortante
Me guiando para os braços dela
Mãe, eu estou bem
Foi preciso o nascimento do pecado para balançar a mente como uma cascavel
Antes de um golpe na cabeça com o martelo da justiça do tempo
Para acordar
Você não vai acordar?
Quando os macacos que andam decidirem que a guerra nuclear
Era agora a única solução para eles se manterem por cima?
Apenas acorde
Você não consegue acordar?
(Você sabe que isto é apenas uma simulação, não sabe?)
Quem é o público que espia pela gaiola
Enquanto atuamos aqui em cima do palco?
Me conte uma mentira de um jeito bonito
Eu acredito em respostas, mas não hoje
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O álbum “The Power and The Glory” de 1974 do Gentle Giant embarca nas consequências da entrada do poder através de um indivíduo que se defronta consigo mesmo e sua transformação ao que vai de embate contra sua pretensão de início.
A a r t e d e g o v e r n a r
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Segundo Maquiavel, a prioridade daquele que governa deve ser sempre assegurar o poder conquistado, tendo em mente que a precaução em meio à vastidão de possibilidades que ameaçam seu governo é um ato necessário que independe da moral verdadeira ou tida como tal (de si para si, conforme outros; >fora do sentido imputado posterior ao filósofo<). Há para o governante uma dualidade de condições que repousam entre si: o dom da virtude (Virtù) ao alcance de seus possíveis atos bem executados e a sabedoria necessária; e o caminho da sorte (Fortuna) em meio à contingência que envolve imprevistos maléficos e o ineditismo/recorrência do azar. O bom governante é aquele que possui ambos, tanto a virtude e a fortuna, de forma que possa deter 50% para si o “manuseamento” político, confiando à sua sorte metafísica os outros 50%, e exercendo através da virtude as possibilidades para si da fortuna, tal como tende a vir. O ato que pode desencadear a boa fortuna ou a perspectiva que ela condiciona está na relação de aproveitamento das situações pelo governante. Essa força exterior a qual chamo aqui de Fortuna vem da deusa da mitologia romana de mesmo nome (tique na mitologia grega) englobando várias possibilidades, porém, não se encaixa em um segmento religioso. Maquiavel, com a experiência no cargo que ocupou no estado, enxergou que a moral cristã daqueles que fazem política, pouco importava em termos práticos, e que o estado separado do clero era mais que uma necessidade. Para o filósofo, os valores morais cristãos devem ser deixados de lado na hora de tomar decisões, bem como sua noção de avaliação impregnada mediante a qualquer divindade — de forma que, aquele que detém o poder tenha a decisão. O governante não é aquele que pretende ou tem de ser bom, e sim aquele que governa e finge ser bom, e finge porque tem que fingir; finge porque ser não é importante, mas parecer sim.
A aparência do governante diante dos olhos do povo é essencial, pois, ninguém conhece melhor o governante do que o próprio povo, e ninguém conhece melhor o povo do que o próprio governante. Isso se deve não porque existe uma habilidade que permite penetrar o núcleo moral interior do outro melhor do que conhecer a si mesmo ou daquilo que integra, e sim na perspectiva mediante ao outro. O rei não é capaz de julgar a si mesmo, pois, ele só contempla de fato o seu êxito conforme a recepção do povo, e o povo não se entende por si só, pois, é alvo e engrenagem daquele que governa — dessa forma, não é como se houvesse uma soberania popular desconhecida dentro desse exercício político [totalidade respectiva ao governo monárquico], pois, para Maquiavel a monarquia é a soberania do Príncipe, e a república é a soberania do povo (expresso na obra “Discursos sobre a primeira década de Tito Lívio”), e mais importante do que idealizar ou deduzir acerca de um governo melhor — é o estudo e prática na relação entre o governo e o povo sob a ótica do governante, que não se separam.
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Kataklysm - Machiavellian (Letra)
Há muitas maneiras para a vitória
Mas apenas um para conquistar
Para ser rei ou ser escravo
Por vingança ou para a submissão
Mostre-lhe o seu forte quando você está realmente fraco
Mostre-lhe o seu fraco quando você estiver realmente forte
Sempre sabe o que seu inimigo está pensando
Para cada tentativa que ele será vencido
A única maneira de governar é ser maquiavélico!
Para ser amado ou ser temido
Para haver confiança ou não confiar
Amor desaparece, mas permanece o medo
A confiança é o combustível para o inimigo
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O Príncipe — referido aqui recorrentemente como governante com intenção de proporcionar alusões ao pensamento atual não é em suma aquele que determina através de suas práticas os acontecimentos minuciosos do povo e das camadas do governo; ele move as peças e age de forma que o desejado aconteça para prevalecer no cargo. Porém, deve ter sempre em mente que tudo deriva de suas ações e não tirar a concentração de forma alguma em situações de guerra, de tal forma que o exército e as estratégias sejam supervisionadas por si mesmo. O tempo dos atos é igualmente importante, pois, eles afetam de maneiras diferentes o povo e seus inimigos; há de se citar o exemplo das ofensas e da violência, que quando necessárias devem ser realizadas de uma só vez ou quase isso, de tal forma que não aparente ser intensificada, e sim uma mera fase. No que diz respeito a remediação temos o apelo à religião, ou o apoio dos mais afortunados e influentes (há de se ressaltar que isso pouco basta para conter a insatisfação e em casos mais extremos a virtude ficará à mercê da fortuna). O posterior é crucial para justificar atos repugnantes aos olhos do povo, porque no final das contas se este não ganhar nada em troca, há de haver fortes contestações nesse meio. Para Maquiavel, os homens buscam poder, e se não buscam é por não serem aptos ou se julgarem como tal, e se assim julgarem a si mesmos, estão cobertos de razão. Os homens buscam glória e reconhecimento, e se a distância de qualquer meio viável a isso não lhe é possibilitada, ele se contenta com um pouco mais que pode conquistar, e quando conquistam esse pouco — visam mais e mais, é como um ciclo. Aquele que exerce o poder, isso é, o governante — assegura-o e rege a política como um todo, desde o cotidiano dos cidadãos, camadas bélicas e os setores administrativos; ele é um bom governante por não ser bom no sentido moral. No exercício de seu poder há princípios e objetivos, e para alcançá-los há meios, e em alguns casos os fins podem justificar esses meios.
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"Na verdade, um príncipe deve ter dois temores: um de ordem interna, de parte de seus súditos, o outro de natureza externa, de parte dos potentados estrangeiros. Destes se defende com boas armas e bons amigos; e sempre que tenha boas armas terá bons amigos."
(Trecho de "O Príncipe"; Capítulo XIX)
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Rammstein - Deutschland
Você (você tem, você tem, você tem, você tem)
Tem chorado muito (chorado, chorado, chorado)
Separados em mente (separado, separado, separado, separado)
Unidos no coração (unidos, unidos, unidos, unidos)
Nós (nós estivemos, estivemos, estivemos, estivemos, estivemos)
Estamos juntos há muito tempo (vocês estão, vocês estão, vocês estão, vocês estão)
Seu hálito frio (tão frio, tão frio, tão frio, tão frio)
O coração em chamas (tão quente, tão quente, tão quente, tão quente)
Você (você pode, você pode, você pode, você pode)
Eu (eu sei, eu sei, eu sei, eu sei)
Nós (nós somos, somos, somos, somos, somos)
Vocês (vocês ficam, vocês ficam, vocês ficam, vocês ficam)
Alemanha!
Meu coração em chamas
Quer te amar e te condenar
Alemanha!
Sua respiração fria
Tão jovem, mas também tão velha
Alemanha!
Eu (você tem, você tem, você tem, você tem)
Eu nunca quero te deixar (você chora, você chora, você chora, você chora)
Eles podem te amar (você ama, ama, ama, ama)
E querer te odiar (você odeia, você odeia, você odeia, você odeia)
Arrogante, superior
Assumir, rendição
Surpresa, emboscada
Alemanha, Alemanha acima de todos
Alemanha!
Meu coração em chamas
Quer te amar e te condenar
Alemanha!
Sua respiração fria
Tão jovem, mas também tão velha
Alemanha!
Seu amor
É maldição e bênção
Alemanha!
Meu amor
Não posso te dar
Alemanha!
Alemanha!
Você
Eu
Nós
Vocês
Você (toda poderosa, supérflua)
Eu (Sobrehumano, cansado)
Nós (quanto maior a subida, maior é a queda)
Vocês (Alemanha, Alemanha acima de todos)
Alemanha!
Seu coração em chamas
Quer te amar e te amaldiçoar
Alemanha!
Minha respiração fria
Tão jovem, mas também tão velha
Alemanha!
Seu amor
É maldição e bênção
Alemanha!
Meu amor
Não posso te dar
Alemanha!
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M e i o s e f i n s
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Em um adentramento (não no sentido de profundidade) no que aqui veio sendo organizado a respeito (é claro) dos conceitos mais básicos desse ilustre filósofo italiano — temos reflexões menores, mas não menos importantes que devem ser aproveitadas e ligadas na abordagem do governante e seus atos. A primeira delas é a ocorrência do destrato em relação ao povo/população X — onde o grau de dificuldade em submetê-los ao seu comando se faz presente em impressões iniciais relacionadas à cultura e os costumes. Para Maquiavel, o governo que ocupa o território encontra mais facilidade de ser aceito quando há uma identidade cultural ou étnica, o que diverge obviamente do estranhamento e da resistência que tem por questões lógicas tendências diametralmente contrárias com novas práticas; o que envolve por consequência toda uma reação advinda de uma espécie de choque cultural — valendo tanto para os mais tradicionais quanto para os radicais, pois, se não há uma dívida inserida naquela cultura colocada “em cheque”, o que há no lugar é um encontro que provêm de uma valorização e identidade cultural, acalmando os ânimos do povo. Outra importante reflexão trazida por Maquiavel em relação à perspectiva é a noção da representatividade ilustrada ou imaginada que deve ser destituída, ou suprida com o respeito demonstrado do novo governante — que advêm também em parte desse fator cultural citado acima. Conectando esses exemplos, voltamos para a importância da aparência e da troca de julgamentos (o outro conhece melhor o outro do que ele mesmo) onde na ótica do povo sem o flúor das palavras — a repressão e recepção possivelmente exercidas contrastam com a virtude do governante, pois, para Maquiavel os homens ofendem ou por medo, ou por ódio; daí podemos contornar então que aquele que aparenta odiar é odiado, e aquele que aparenta ter medo do povo é incapaz de se manter no cargo. Dentro dessa relação, na contenção da ambição e da importância da punição temos ênfases práticas constituídas quase que como dogmas indispensáveis. Maquiavel que acreditava que os homens não nasciam bons e tão pouco eram corrompidos pela sociedade — enfatizava o contrário: os homens são maus e assim permanecem, e aparentam ser bons por obrigação e receio de serem castigados (isso no âmbito de ganância). O governante que de vez em quando não satisfaz o desejo de um espetáculo punitivo, e tão pouco ameaça os ditos detratores e afrontosos de seu governo — pode ser golpeado por um de seus alegados aliados ou mesmo pelos seus inimigos. Portanto, entre sorrisos e xingamentos há uma risca de aviso imposta sob aquele que não deseja chorar. E embora “estado e mais estado” — seja o que mais se tem visto por aqui como exemplo de poder, não se deve precipitar-se ao ponto de achar que os grandes “ícones” dos interesses dos afortunados não se fincam na manutenção de um governante, em contrapartida, a alegada liberdade característica aos seus moldes (puxando um pouco pra atualidade). Muito pelo contrário, e bem diferente do que diz a vã filosofia dos afortunados posteriores — o acordo com o aquilo que seria a “elite” é crucial para manter o governante, pois, os nobres não podem de forma alguma ser reduzidos ao desespero.
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Sepultura - Means to An End (Letra)
Abrace a batalha
Dê início a uma guerra
Eles espreitam pessoas de pensamento fraco
Provando que todos nós queremos algo mais
O medo de um invasor estrangeiro
Desilusões que estão assassinando a verdade
Uma maneira desesperada de ganhar a fé
Emoções controlando a razão
Não vai fazer diferença, é a era que vivemos
Cada lado está testemunhando as mentiras
Acorde
Quem é o culpado?
Política de lavagem cerebral
Tome posição e defenda
Meios pra um fim
Dividir e conquistar
A queda da fé
Condenado
Não ficará sentado esperando as decisões
É só uma questão de tempo
Um dia vai chegar, está a caminho
O terror chegará ao fim
Não vai fazer diferença, é a era que vivemos
Cada lado está testemunhando as mentiras
Acorde
Quem é o culpado?
Política de lavagem cerebral
Acorde
Quem é o culpado?
Política de lavagem cerebral
Tome posição e defenda
Meios pra um fim
Perdido em descrença
Uma democracia falha
Perdido em falsas crenças
Preenchido com hipocrisia
Acorde
Quem é o culpado?
Política de lavagem cerebral
Tome posição e defenda
Meios para um fim
Perdido em descrença
Onde está meu descanso?
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Estátua de Karl Marx no polêmico clipe “Deutschland” do Rammstein
O caminho pela glória do benefício em um governo hereditário tal como acompanhamos aqui, envolve espinhos pelos quais o povo ou uma determinada parcela da população deve ser submetida. A violência que exerce um papel fundamental nesse quesito, não é mero complemento — pois, sufocar qualquer ato de revolta em meio aos aumentos, reformas e violações de direitos tidos como garantidos se faz estreitamente necessário para atingir os fins. O governante deve ser bondoso quando possível e ser cruel quando necessário, porque melhor do que um príncipe bondoso é um príncipe temido pelo povo. Maquiavel por experiência própria enxergou que uma das engrenagens do governo centralizado de seu tempo é a tortura e a ameaça, que assegura certo tempo ou diminui o por fim aglomerado foco popular opositor (se vir a ser/ter). O governante, portanto, não deve ceder ao apelo populacional e se questionar a eficiência da possível consequência benéfica — se suas medidas são necessárias ou não, só cabe a ele julgar. O resultado cabe ao desfecho da fortuna mediante a sua virtude, essa última, não em todos os casos.
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M a q u i a v é l i c o
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Por conta de seus escritos, Maquiavel, foi repudiado ao longo de séculos, e termos como “maquiavélico” e “maquiavelismo” foram utilizados para designar carrascos estadistas e práticas de sedentos por poder, a expressão irônica “Obrigado Maquiavel” também é uma forma de repudiar o pensamento do filósofo que é associado erroneamente como o mentor de práticas de regimes ditatoriais (sem entrar na problemática do termo); tal termo foi difundido pela igreja católica que inclusive o censurou, porém, o seu pensamento como manual da perversão é indiretamente verdade. Bom, é conhecido que ditadores como Mussolini buscaram em “O Príncipe” conselhos para legitimar seus atos como homem do estado, e governos muito próximos também a essas concepções “maquiavélicas” no senso comum foram os estados de cunho stalinistas ou que detiveram e incorporaram influências deste, como a Coreia do Norte; outras práticas e exemplos semelhantes em alguma medida inclui a doutrina de George W. Bush filho e a repressão aos protestos na praça Tiananmen de 1989 na China em detrimento da manutenção das reformas de Deng Xiaoping.
Maquiavel com seu estilo realista inspirou desgraças e atrocidades como pode ser visto acima, mesmo não sendo exatamente dessa forma seu pensamento real sobre como a política deveria ser exercida. De fato o filósofo acreditou no que estava escrevendo, isso é quase inegável, porém, o mesmo tinha outras opiniões e pontos de vista que não podem ser lidas em “O Príncipe” (1513) ou “A arte da guerra”, (1519/20) e sim em “Discursos sobre a primeira década de Tito Lívio” (1517; por aí) onde pretendia analisar as obras completas de Tito Lívio, mas que acabou não passando da primeira década. Nesta última, Maquiavel segue uma linha mais "humanista"(grosso modo) ao dizer que o povo como um todo que, deseja não ser mais oprimido do que já é [não expresso nessas linhas], é soberano enquanto povo, no sentido 'macro' da oposição dele com o governo. A liberdade em suma (e não sob a ótica do governo) é a autonomia de si mesmo. Manter o estado para Maquiavel abrange outro conceito: o estado do povo, que para ele só seria possível (seguindo o contexto da época) em uma república, e mesmo dentro desta, a lei seria regida com a coerção e punição. Dessa forma, podemos entender muitos conceitos que ele atribui como sendo este/aquele, cujos significados soam diferente nos dias atuais, implicando por isso o dever de carregar a dúvida como benefício (levando em conta as divergentes abordagens de sua obra) como: o poder sendo o povo, o estado como um estado legítimo no sentido de estar/manter; estar a serviço do poder (povo) e este ser mantido. O que permite tais perspectivas é a ausência de uma teoria do estado e a falta de abordagem sistemática no filósofo — assim, Maquiavel também pode ser aquele que nos aponta outro caminho diante da violência exercida tanto na monarquia como na república.
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Avenged Sevenfold - Hail to the King
Cuidado com sua língua ou vai tê-la cortada de sua cabeça
Salve sua vida mantendo sussurros por dizer
Crianças perambulam pelas ruas agora órfãos da guerra
Corpos pendurados nas ruas para adoração
Chamas reais vão esculpir um caminho no caos
Trazendo a luz do dia para a noite
A morte está cavalgando na cidade com armadura
Eles vieram para tomar todos os seus direitos
Salve o rei
Salve o escolhido
Ajoelhe-se à coroa
Fique ao sol
Salve o rei
Salve, salve, salve o rei
Sangue é derramado enquanto segura as chaves para o trono
Nasce de novo, mas é tarde demais para reconciliar
Nenhuma piedade da borda da lâmina
Ouse escapar e aprenda o preço a ser pago
Deixe a água fluir com tons de vermelho agora
Flechas apagam todas as luzes
A morte está cavalgando na cidade com armadura
Eles vieram para conceder-lhe os seus direitos
Salve o rei
Salve o escolhido
Ajoelhe-se à coroa
Fique ao sol
Salve o rei
Salve, salve, salve o rei
Há um gosto de medo
Quando os capangas chamam
Punho de ferro para domar a terra
Punho de ferro para reivindicar tudo
Salve o rei
Salve o escolhido
Ajoelhe-se à coroa
Fique ao sol
Salve o rei
Salve o escolhido
Ajoelhe-se à coroa
Fique ao sol
Salve o rei
Salve, salve, salve
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R e f e r ê n c i a s
MAQUIAVEL. O Príncipe [edição especial 500 Anos de “O Príncipe”]. Tradução de Georgia Vicente e adaptação/revisão de Suely Paiva. 1ª Edição. Cotia, São Paulo; Editora Pé da Letra; 2019.